Memórias samaritanas: a comunidade cristã é o lugar dos reconciliados (Jo 4,4-42)

Por: - 07 de março de 2023

Imagem: Luís Henrique Alves Pinto (luishenriquealvescriar-te.blogspot.com)


O quarto capítulo do Evangelho segundo João narra a passagem de Jesus pela Samaria. Séculos de inimizade entre judeus e samaritanos estão no pano de fundo que marca a tensão do episódio. A geografia da narrativa também tem muito a nos dizer.
Na liturgia, encontramos este evangelho no 3º Domingo da Quaresma - Ano A.


Raízes históricas da inimizade entre judeus e samaritanos

Após a morte de Salomão, seu filho Roboão o sucedeu no trono. A conjuntura social do Reino de Israel já apresentava sinais de uma revolta popular iminente, pois o povo precisava trabalhar exaustivamente para pagar os tributos ao rei e, assim, manter a corte. Jeroboão liderou uma iniciativa popular que visava obter do rei uma redução da carga tributária e melhoria nas condições de vida. Recusando o conselho dos anciãos e seguindo a opinião de seus jovens amigos, Roboão não só não aceitou as reivindicações populares, como também prometeu aumentar o fardo da população. Daí aconteceu o cisma do Reino de Israel em Reino do Sul (composto pelas tribos de Judá e parte da tribo de Benjamim, que estava dividida nos dois reinos), também conhecido como Reino de Judá, e do Norte (com as demais tribos), também chamado de Reino de Israel (cf. 1Reis 12; 2Crônicas 10). A expressão “Reino de Israel” era utilizada para designar o reino unificado, composto pelas doze tribos, mas, a partir do cisma, a mesma expressão passou a ser usada para indicar apenas o Reino do Norte, que rejeitou a dinastia davídica. Tal episódio se deu em Siquém, por volta de 931 a.C., no mesmo lugar onde, posteriormente, as tribos do Norte proclamaram Jeroboão rei de Israel, depois de seu exílio no Egito. O cisma político foi profetizado por Aías de Silo como punição à casa de Davi pela idolatria permitida no reino por Salomão, que construiu templos aos deuses pagãos cultuados por suas esposas estrangeiras (cf. 1Rs 11,1-13.29-39). O mesmo profeta condenou Jeroboão e sua casa pelo cisma religioso e perversão do culto a YHWH (cf. 1Rs 14,1-19). A história do Reino de Israel é marcada por sucessivos golpes de Estado. 

Logo após o cisma, Jeroboão estabeleceu dois templos, um em Dã (no Norte, em um lugar que já havia sido um santuário no período dos Juízes) e outro em Betel (no Sul do reino, próximo a Jerusalém, em um lugar considerado sagrado desde o tempo dos patriarcas – cf. Gn 28,10-18), de forma que o povo do reino do Norte não tivesse que ir prestar culto em Jerusalém, mas se mantivesse em seu próprio território.

A primeira capital do reino de Israel foi Tersa, que ficava a nordeste de Siquém. No reinado de Amri (885-874 a.C. Cf. 1Rs 16,23-28), foi construída a cidade da Samaria, para onde foi transferida a capital do reino. Samaria continuou como capital até o fim do reino. O rei Acab (874-853 a.C. Cf. 1Rs 16,29-22,40), filho e sucessor de Amri, casou-se com Jezabel, filha do rei de Tiro, adoradores do ídolo Baal. Jezabel promoveu o culto a Baal em Israel e conseguiu que Acab o decretasse como divindade oficial do reino, inclusive construindo-lhe um templo na capital Samaria. “Baal” era como se chamava a divindade dos cananeus. Nas línguas semíticas, o termo “Baal” significa “senhor” ou “marido”.  Tais significados são usados como jogo de palavras em muitos lugares na Bíblia, para designar a idolatria como adultério e vice-versa. No livro do profeta Oséias, por exemplo, sua vida matrimonial simbolizou a relação de Deus com o povo infiel, pois da mesma forma que sua esposa caía no adultério, assim o povo de Israel se deixava levar pela idolatria. Em oposição à idolatria instituída em Israel, pelo culto a Baal, começou o ciclo do profeta Elias. 

Em 721 a.C., a Assíria, sob o comando de Sargão II, maior potência militar da época na região, após conquistar os demais territórios do reino do Norte, finalmente conquistou o último reduto do reino, sua capital Samaria. Foi o fim do reino de Israel, que se tornou uma mera colônia assíria. Segundo as políticas assírias, a maioria do povo derrotado foi deportado para a Alta Mesopotâmia e, em contrapartida, povos estrangeiros foram instalados na nova colônia. Com o tempo, os estrangeiros foram se misturando com os israelitas que não haviam sido deportados, dando origem a uma raça considerada impura pelos judeus. Essa raça, miscigenada e marginalizada, é a ascendência dos samaritanos do tempo de Jesus.

Após a dominação Assíria, foi a vez do domínio do Império Babilônico, que conquistou o reino do Sul e deportou os dirigentes do povo para a Babilônia em 587 a.C. Os persas, comandados por Ciro, venceram a Babilônia e permitiram o retorno dos judeus a Jerusalém a partir de 538 a.C. No retorno do Exílio, os judeus, liderados por Sasabassar e, em seguida, por Zorobabel (apoiados pelos profetas Ageu e Zacarias), iniciaram a reconstrução do Templo de Jerusalém (cf. Esdras 4). Sasabassar e Zorobabel eram descendentes de Davi e, portanto, herdeiros do trono de Judá. Não se sabe o fim que levaram e nem porque nenhuma tentativa de restabelecimento do reino foi empreendida. Sem a figura do rei, a autoridade sobre o povo judeu passou a ser exercida pelo Sumo Sacerdote, assessorado pelo Sinédrio (instância jurídica), por meio da religião centralizada no Templo de Jerusalém. A princípio, os samaritanos ofereceram ajuda, mas os judeus recusaram-se a aceitá-la. A partir de então, os samaritanos fizeram o possível para retardar o andamento da obra, tendo em vista que os persas haviam instalado um governo para a região, que ficava na Samaria, o que dava aos samaritanos maior acesso às autoridades persas. A oposição se deu não só à obra do Templo, como também em relação à reconstrução dos muros de Jerusalém. Somente com a atuação de Esdras e Neemias é que as obras foram finalizadas. 

Em resposta aos judeus, os samaritanos ergueram um Templo “rival” no Monte Garizin, cuja destruição ocorreu em 129 a.C., pelos judeus, sob o comando de João Hircano, que foi Governador e Sumo Sacerdote em Jerusalém de 134-104 a.C. A partir de João Hircano, os Macabeus ficaram conhecidos como Hasmoneus, em referência a um ancestral da família chamado Hasmão, embora se saiba que a dinastia tenha realmente começado com Simão Macabeu, seu pai. Em sua atuação, João Hircano foi fortemente apoiado pelos chamados Hasidim, ascendentes do partido dos fariseus do tempo de Jesus. A doutrina dos fariseus se tornou predominante após a destruição do Templo de Jerusalém em 70 d.C. Depois do sínodo de Jâmnia, em meados do ano 90, eles sucederam a autoridade mantida anteriormente pelo sinédrio de Jerusalém, que era liderado pelos sacerdotes. A sinagoga continuou sendo o local de reunião dos judeus. Porém, nas sinagogas não se faziam sacrifícios e holocaustos. Para alguns rabinos, a Torá substituiu o Templo. Não se sabe ao certo o ano em que o templo do monte Garizin foi construído, mas o historiador Flávio Josefo afirma que foi no tempo de Alexandre, o Grande. Sem templo, os samaritanos continuaram sua autonomia de culto no lugar onde antes o templo existira. 


Geografia da narrativa joanina

A região em torno do Monte Garizin já foi palco de muitos episódios importantes para a história de Israel. A maioria das recordações desses episódios também foi preservada pelos samaritanos, tendo em vista constarem no Pentateuco. Os samaritanos consideram somente o Pentateuco como Escritura Sagrada, ou seja, não consideram os livros Proféticos, Sapienciais e Salmos como inspirados. Além disso, existe cerca de 6 mil detalhes diferentes em relação ao Pentateuco judaico. Eles veneram Moisés como o profeta por excelência, inclusive aguardando o Messias como uma figura mosaica. João faz alusão a alguns episódios, que fazem parte do pano de fundo de sua narrativa. A geografia da perícope remonta às origens de Israel, onde judeus e samaritanos formavam um único povo, condição que Jesus veio restabelecer.

A geografia da Terra Santa mudou bastante com o passar do tempo e, no tempo de Jesus, sob a dominação do Império Romano, a Palestina era dividida em três grandes regiões: Galileia ao norte, Samaria no centro e Judeia ao sul. Ao que nos interessa, a Samaria do tempo de Jesus, portanto, não era mais a cidade construída por Amri, mas uma área que compreendia a região central da Palestina. A antiga capital do reino do Norte passou a se chamar Sabaste. Na região da Samaria ficava a antiga Siquém (aí destruída há mais de um século), que era chamada desdenhosamente pelos judeus de “Sicar”, que significa “a mentira”. A maioria dos comentadores identificam a região com a antiga Siquém, com exceção de Fillion (2007, p. 118). No quarto Evangelho, o termo “judeu” é utilizado de forma mais recorrente para designar as autoridades judaicas, e não o povo judeu em geral. Ainda como forma de denegrir a “raça impura”, os judeus utilizavam o termo “samaritano” como xingamento (cf. Jo 8,48 e Eclo 50,25-26). A Samaria também era conhecida pela prática da magia, como no caso de Simão, o Mago (cf. At 8,9). Os samaritanos revidavam o desprezo como podiam, inclusive importunando e atacando peregrinos que iam da Galileia a Jerusalém. “Nos tempos do procurador Copônio (6-9 d.C.), alguns samaritanos haviam profanado o Templo de Jerusalém, durante as festas da Páscoa, espalhando ossos humanos nos átrios. Por isso se lhes proibiu o acesso ao Templo” (BARRETO & MATEOS, 1999, p. 219). Entre os judeus havia um provérbio contra os samaritanos que dizia “Quem come o pão dos samaritanos come carne de porco”. Ou seja: não se devia entrar numa casa dos samaritanos e muito menos fazer refeição com eles. O porco era considerado pelos judeus como o animal mais impuro. Toda essa bagagem de conflitos e hostilidade marca a tensão que permeia o episódio da passagem de Jesus pela Samaria. 

Chamado de “lugar santo”, Siquém foi testemunha da promessa de Deus a Abraão, junto ao Carvalho de Moré. Em memória de tal aparição, Abraão ergueu ali um altar (cf. Gn. 12,6s; 13,18; 18,1-16). Em Gn 33,18-20 lemos que Jacó comprou um campo próximo a Siquém, onde erigiu um altar que chamou de “El, Deus de Israel”. Jacó deu esse campo a José (cf. Gn 48,21s), onde este foi posteriormente sepultado, quando os israelitas voltaram do Egito (cf. Js 24,32). João faz referência a esse campo no v. 5 da perícope.

Com Abraão, Deus estabeleceu uma Aliança que visava todas as nações da terra. A Aliança abraâmica é a solução de Deus para o rompimento da Aliança com Noé. Abraão, após ter sua fé colocada à prova e mostrado sua fidelidade, recebeu de Deus a promessa de um plano universal para seus descentes. Frédéric Manns (1991) afirma que o Pentateuco Samaritano localiza no monte Garizin numerosos eventos bíblicos, dentre os quais temos o sacrifício de Abraão, o seu encontro com Melquisedec e o primeiro sacrifício dos hebreus na Terra Santa após sua passagem pelo Jordão. Por isso, o monte Garizin era chamado pelos samaritanos de “a montanha das bênçãos”. Segundo Hahn & Mitch (2015), a promessa de Deus a Abraão foi tripla: (1) fazer de Abraão uma grande nação, (2) tornar grande o seu nome e (3) torná-lo instrumento de bênção para o mundo inteiro. Os autores propõem o seguinte esquema:

Quadro – A Aliança Abraâmica

Promessa

Aliança

Característica

Cumprimento

1. Grande Nação

Gênesis 15

Ligada ao dom da terra e a uma legislação específica, que são as bases para o estabelecimento de uma nação.

Aliança Mosaica (com o Decálogo e seus desdobramentos) e posterior conquista da terra de Canaã sob o comando de Josué.

2. Grande Nome

Gênesis 17

Ligada à realeza dinástica, que envolve a propagação de um nome real. Em Gn 17, Deus institui o rito da circuncisão e promete levantar uma dinastia de reis da linhagem de Abraão.

Aliança Davídica. Deus promete a Davi dar-lhe um grande nome e um trono eterno. O Messias será um descendente de Davi. (cf. 2Sm 7,1-17; Sl 89,3-4; 132,11-12)

3. Bênção às Nações

Gênesis 22

Ligada à universalidade da benção divina mediada por sua prole.

Nova Aliança. Bênçãos universais derramadas sobre o mundo por Jesus Cristo, o descendente messiânico de Abraão e, consequentemente, de Davi (Mt 1,1; At 3,25-26; Gl 3,14).

Fonte: Hahn & Mitch, 2015 (adaptado).

No diálogo joanino, a menção a Jacó como pai (v. 12) faz um paralelo com a revelação de Deus como Pai (v. 23). Para Lizorkin-Eyzenberg (2014), a menção a José é uma alusão à história de vida da samaritana. Tipologicamente, assim como o mal feito a José tornou-se a salvação dos seus irmãos, da mesma forma a difícil história pessoal da samaritana, que simboliza a história dos samaritanos, tornou-se ocasião para a salvação do seu povo. Semelhantes no sofrimento, ambos foram canais da providência divina.


As memórias samaritanas

As “memórias samaritanas”, segundo Brown (1999), foram incorporadas à tradição da igreja nascente a partir da comunidade joanina, chamada pelo autor de comunidade do Discípulo Amado. A entrada do grupo samaritano na Comunidade foi o que distinguiu o grupo cristão das comunidades judaicas, dada sua oposição ao Templo de Jerusalém e seus representantes, as autoridades judaicas, que foram os opositores de Jesus durante todo o Evangelho. Ao dividir a elaboração do quarto evangelho em quatro fases, o autor localiza a tradição da conversão samaritana na primeira fase, um período pré-evangélico de quase três décadas, começando na metade dos anos 50 e se estendendo até o fim do ano 80. Tendo em vista a literatura lucana, vemos que a missão apostólica na Samaria se deu no final da década de 30, na segunda etapa da expansão da Igreja, com o empenho do diácono helenista Filipe e posteriormente confirmada por Pedro e João (cf. At 8,14-17). A Bíblia de Jerusalém identifica as três primeiras etapas da expansão da Igreja, assinaladas como as linhas gerais da geografia do Atos dos Apóstolos, da seguinte forma: 1ª - At 1,8 (p. 1900, nota l) - tendo em Jerusalém o ponto de partida; 2ª - At 8,4 (2013, p. 1915, nota a) - Dispersão dos cristãos pela Judeia e Samaria devido a perseguição à Igreja pelos judeus de Jerusalém, encabeçados por Saulo; e 3ª - iniciada com a fundação da igreja de Antioquia, narrada em At 11,20.

Numa tentativa de conciliar tais dados com o episódio joanino, que entendemos histórico, propomos que a missão na Samaria foi iniciada por uma atividade direta de Jesus. Utilizando termos da própria perícope, os missionários foram inseridos nos esforços daqueles que os precederam (v. 38), sendo Jesus o principal precedente.

Jesus veio reunir os filhos de Deus dispersos (cf. Jo 11,52), reconciliou povos infensos, porém irmãos, e abriu o precedente para que todas as nações pudessem ser partícipes de Seu Reino. Os cristãos joaninos tentaram viver a dimensão fraterna de forma concreta em sua comunidade. Muitos comentadores afirmam que o Discípulo Amado foi uma figura histórica, que depois tornou-se o modelo do verdadeiro discípulo, que é aquele que sabe que é amado por Deus, seu Pai. A propósito, o nome desse discípulo não é diretamente revelado no Evangelho, mas alguns acenos do próprio texto sugerem ser João, irmão de Tiago e filho de Zebedeu. Irineu (180 d.C.), Clemente de Alexandria (200 d.C.) e outros dos primeiros escritores cristãos afirmam com segurança que João é o Discípulo Amado. A comunidade se considerava uma koinonia (= comunhão. Cf. 1Jo 1,3), evidenciando um forte senso de família. 

Deus, que é amor dinâmico e criador, fonte de vida e amor por essência (“É Espírito” - v. 24), fez o homem capaz de amar, de forma que o culto em espírito e lealdade deve ser a norma de vida do novo povo e da adoração que o Pai deseja receber. O Pai procura um culto manifestado em mudança de vida, em atitudes que reflitam o Seu agir, vidas a Si configuradas que prolonguem o Seu amor manifestado aos homens. Oseias 6,6 proclama: “É amor que eu quero e não sacrifícios, conhecimento de Deus mais do que holocaustos.” Os desprezados samaritanos acolheram Jesus, também desprezado pelos seus, confirmando que um profeta não é reconhecido em sua própria terra (cf. Jo 4,44).

O encontro de Jesus com a mulher samaritana foi o marco da conversão dos samaritanos. A impressão desse encontro foi tão forte que não poderia não constar no quarto Evangelho. Resgatado por Jesus do ostracismo e posteriormente acolhido na comunidade do Discípulo Amado, o grupo provavelmente contou e recontou as memórias da sua conversão, que amadureceu teologicamente e depois transformou-se no que hoje lemos em Jo 4,4-42. Ao ressaltar a generosidade (cf. Lc 10,30-37) e gratidão (cf. Lc 17,18) dos samaritanos, Lucas também deixa registrado o carinho de Jesus por eles. 

Os samaritanos representam a futura pluralidade de povos que marcará a unidade da Igreja, pois eram considerados mestiços, assim como é a Igreja, composta por diversos povos e culturas. A conversão dos samaritanos são as primícias da conversão dos povos gentios, ou seja, da nossa conversão. A mulher samaritana abriu um caminho que hoje nós percorremos, abrindo também um horizonte de reflexão em vista da valorização do papel feminino na ação missionária da Igreja. O seu convite continua hoje a ressoar: vinde ver um homem! (v. 29). Bento XVI (2011) resume e atualiza o episódio: “Deus Pai enviou Jesus para saciar a nossa sede de vida eterna, concedendo-nos o seu amor, mas, para nos oferecer esta dádiva, Jesus pede-nos a nossa fé”.


Reflexão

1) A sede de Jesus visa saciar o coração humano, que tem sede Deus. É no encontro com Jesus necessitado, sedento e de mãos estendidas, que nossa vida ganha sentido pleno. Jesus se identificou com os mais necessitados, fazendo-se necessitado. Por isso, sugerimos uma reflexão/propósito: ajuda espiritual e material a uma instituição de caridade.

2) A sociedade atual oferece muitos poços com falsas promessas de saciedade. Ao que vemos, a sede dos homens só aumenta. Somos carentes de sentido. Sem uma busca orientada para o verdadeiro poço, corremos o risco de sorver águas contaminadas. Precisamos, uma vez bem orientados, ajudar os que andam de “poço em poço”. Como está seu empenho pessoal no estudo da Sagrada Escritura? Você busca auxílio quando se depara com dificuldades na vida e na fé? Você dedica tempo a um serviço na Igreja?

3) A regra de relacionamento que vemos em vigor na sociedade é uma bem conhecida do AT: “olho por olho, dente por dente”. Atualizando: “Bateu, levou!” ou “Toma lá, dá cá!” Parece até que Jesus nem passou por essas bandas… Na passagem de Jesus pela Samaria, vemos uma nova proposta: atuar acima e apesar de qualquer histórico de inimizade. Em suma, Jesus propõe o bem. Ele mostra que o caminho é sermos bons. O Reino de Jesus é o dos reconciliados. De quem você lembra quando o assunto é “inimizade de longa data”? Você já deu algum passo em vista da reconciliação? Você já rejeitou esse mesmo passo, quando vindo do outro? Você acredita que para Deus há situações e relações impossíveis de serem transformadas? Ore e peça a Deus discernimento para, oportunamente, dar os passos necessários para ter uma vida reconciliada com Ele e com os irmãos.


Referências

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